O vegetarianismo, dieta que exclui todos os
tipos de carne, tem raízes indianas e vem crescendo cada vez mais no Brasil e
no mundo. Com a internet as pessoas podem se engajar cada vez mais em causas
como ativismo em prol dos animais. Como fez Robson Fernando de Souza, 25, autor
dos blogs Vegetariano da Depressão
e Consciência Blog, que adotou o
vegetarianismo há cinco anos. “Me tornei
vegetariano na época do rodeio de Barretos de 2007, em que percebi que estava
sendo incoerente ao defender alguns animais e ser indiferente ao sofrimento e à
exploração de tantos outros”.
Além
de seguir a alimentação vegetariana, Robson também é vegano, estilo de vida que
consiste em não usar nenhum produto de origem animal, como sabonetes feitos à
base de gordura animal. Ele também é vegetariano estrito e não se alimenta de
ovos, leite e derivados.
O
jovem aborda de maneira criativa e inteligente sua causa. Nos blogs desconstrói
falácias, que são “argumentos logicamente inconsistentes, sem fundamentos,
inválidos ou falhos na capacidade de provar eficazmente o que alegam”, de
acordo com o novo pai dos burros, Wikipédia. “A falácia mais usada na tentativa de se defender o consumo de alimentos
de origem animal é a falácia do espantalho, em que se imputa ao lado veg
argumentos frágeis que na verdade não existem - um exemplo é a frase "Você
diz defender a vida, mas plantas também são seres vivos".
Robson é um dos poucos ativistas vegetarianos
contrarreacionários, e isso para o rapaz não é motivo de orgulho, mas sim um
indicativo de que às vezes parece lutar sozinho. O ativismo virtual é baseado
na denúncia e resposta contra investidas reacionárias de carnistas, como o
blogueiro chama onívoros que agridem a dieta vegetariana com base em piadas
ofensivas ou falácias. “Por isso eu peço
encarecidamente que o máximo possível de vegs me ajude na tarefa de responder
ao conservadorismo carnista, que pode crescer muito nos próximos anos”.
Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião
Pública e Estatística, o Ibope, cerca de 17,5 milhões de brasileiros são
vegetarianos. Assim como Robson, as gêmeas Natália e Camila Mendes, 22,
passaram a ter em seus pratos, refeições bem mais saudáveis. As irmãs são
vegetarianas há sete anos e não se arrependem nem um pouco. Começaram a
pesquisar na internet sobre o processo de abate de bois, frangos e porcos. Logo
veio a vontade de se tornarem defensoras dos animais.
“Algumas
pessoas não entendem que é cruel e acham bizarro quando nos preocupamos com o
bem desses seres”, desabafa Natália. Elas contam que o processo de
adaptação foi bem tranquilo, ao contrário do que a maioria pensa ao sacrificar
o consumo da carne. As carnes brancas, de origem de aves e peixes, eram as mais
consumidas nas refeições diárias das jovens. Já a carne vermelha era
preferencialmente excluída, tornando a rotina mais fácil.
Ao
adotar uma alimentação vegetariana, é preciso estar ciente de que a quantidade de
fibras e carboidratos, por exemplo, irá aumentar. Mas como em qualquer outra
dieta, como a onívora, por exemplo, é preciso ter cuidados. “É bom ir ao médico pra ver se não falta
algum nutriente. Nunca aconteceu, mesmo porque uma cuida da outra para não ter
esse problema. Se eu não quero comer alguma coisa porque não gosto, a Camila já
procura outro alimento pra substituir. Somos eficientes”, brincam.
Texto de Cinthia Viana e Isabela Guimarães
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