sexta-feira, março 15, 2013

Parabéns pra você



O voto feminino completou 80 anos em 2012




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o dia 24 de fevereiro do ano passado, o Brasil comemorou 80 anos do direito da mulher a voto. O Decreto nº 21.076, de 1932, que concedeu o sufrágio feminino, foi assinado pelo 14º presidente do Brasil, Getúlio Vargas. Mas antes disso, as brasileiras tiveram de lutar para que fossem reconhecidas como eleitoras. A principal feminista no Brasil foi Bertha Maria Julia Lutz, que nas primeiras décadas do século XX teve contato com os movimentos feministas na Europa e Estados Unidos.        

Em entrevista, a socióloga Eva Blay, da Universidade de São Paulo, comentou: “Intermediadas por Bertha Lutz, elas tinham muita comunicação entre si. As americanas vinham apoiar a luta das brasileiras e vice-versa”. 
Decidida, Bertha organizou movimentos sufragistas femininos por aqui. Criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) em 1922, que agia a favor dos direitos da mulher. Essas organizações feministas eram uma pressão a mais para a concessão do direito anos mais tarde.
Em 1927, o Rio Grande do Norte se tornou o primeiro Estado a permitir que as mulheres votassem, mesmo ainda não sendo permitido no Brasil. Esse feito foi autorizado pelo governador Juvenal Lamartine. A professora Celina Guimarães, do Rio Grande do Norte, foi a primeira brasileira a fazer o cadastramento eleitoral. A primeira mulher que ocupou um cargo eletivo foi Alzira Soriano, em 1928, também do Rio Grande do Norte. Entretanto, ela não terminou seu mandato pois a Comissão de Poderes do Senado anulou os votos de todas as mulheres. No dia 3 de maio de 1933, a médica Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher a votar e ser eleita deputada federal em São Paulo. A primeira mulher ministra de Estado foi Maria Esther Figueiredo Ferraz (Educação), em 1982.
Em 1932, Getúlio Vargas instituiu o Código Eleitoral  Brasileiro: 


Decreto nº 21.076, de 24 de Fevereiro de 1932

Decreta o Código Eleitoral.  
O Chefe do Governo Provisório da Republica dos Estados Unidos do Brasil
Decreta o seguinte:

CODIGO ELEITORAL

PARTE PRIMEIRA

Introdução

     Art. 1º Este Codigo regula em todo o país o alistamento eleitoral e as eleições federais, estaduais e municipais.            

     Art. 2º É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na fórma deste Codigo.

                          
A legislação permitia apenas que mulheres casadas e a com autorização do ma rido, viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. Essas exceções só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. Contudo, a lei não tornava obrigatório o voto das mulheres. Apenas o masculino. As mulheres só passaram a ter a obrigatoriedade de votar em 1946.                                                                   
Finalmente elas conseguiram a liberdade para exercer seus direitos e deveres.



A FBPF foi herdeira da Liga para Emancipação Intelectual da Mulher, criada em 1919, também conhecida simplesmente como Liga pelo Progresso Feminino. Devido à adesão feminina em muitos outros estados brasileiros à época, através da fundação de Ligas estaduais, logo a entidade passou a denominar-se Federação das Ligas pelo Progresso Feminino. Só a partir de 1922, após a participação de Bertha Lutz como delegada oficial do Brasil na 1ª Conferência Pan-Americana de Mulheres, em Baltimore, a entidade recebeu a denominação de Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.



Escrito por Isabela Guimarães
 

domingo, março 10, 2013

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO



Com o medo excessivo dos fogos de artifício, cães e gatos passam até por tratamentos alternativos

Ainda faltam alguns meses para a virada de ano, mas a preocupação que os proprietários têm com seus animais de estimação é grande, pois muitos mascotes sentem medo do barulho produzido pelos fogos de artifício. É o de caso Ana Lúcia Cappi, 61, que possui quatro cães da raça cocker spaniel.
Apaixonada por animais, ela já chegou a ter sete cães ao mesmo tempo. Hoje em dia, além dos quatro, tem também uma gata e três cacatuas. E apesar de tanta experiência, Ana ainda sofre com o Réveillon.
Meus cachorros têm medo de fogos de artifício sim. O Milkshake é o que mais fica latindo. Os outros não ligam muito, mas se for muito forte eles ficam apavorados”.
A médica veterinária Amanda Cunha Moraes explica que os animais, em geral, possuem uma audição muito melhor do que a do ser humano. Os cães, por exemplo, captam sons além da nossa frequência. Os humanos ouvem frequências entre 16 e 20.000 Hz, enquanto os cachorros podem ouvir entre 10 e 40.000 Hz. Se um barulho já é alto para nós, para eles é ainda maior. O interessante é que cães e gatos não sofrem na mesma proporção. A audição dos cães é mais sensível do que a dos gatos, portanto eles sofrem mais do que os felinos.
Um tratamento alternativo que pode ser usado para controle do medo do animal é o floral, que está se tornando cada vez mais conhecido e acessível.  “O floral é um desses medicamentos para controle. Ele tem bons efeitos se forem administrados de maneira correta e durante um bom período de tempo. Como é uma medicação natural, demora certo tempo para que o efeito total aja no organismo do animal. Portanto, para começar a serem percebidos os efeitos, o ideal é que sejam administrados cerca de 15 dias antes de determinados eventos que sabemos que irão deixar o animal estressado, como festas de finais de ano”, explica a veterinária.
Além de medo, carência, stress e agressividade podem ser tratados com essas essências, que custam em média R$ 13,00.

 O que fazer?
A grande dúvida dos donos é como agir quando o bichinho começa a se desesperar. Amanda diz que o ideal nesses casos é tentar diminuir os sons para que ele se acalme. Porém é necessário conhecer bem o animal, pois ter atitudes que ele não gosta, normalmente vai deixá-lo ainda mais estressado e piorar a situação. A melhor forma de acalmá-lo é o deixando ficar em algum lugar que ele se sinta seguro. “Muitas vezes é necessário um sedativo para casos mais graves, onde o animal pode sofrer danos maiores, porém já existem medicações no mercado que fazem o controle para que o animal não se assuste tanto com os barulhos altos.”
E depois de todos esses anos cuidando com dedicação, Ana Lúcia usa uma dica que talvez seja a mais eficaz e sincera: carinho
“Quando eles começam a latir e correm para a casinha, fico conversando com eles, para acalmá-los e dizendo ‘Já vai passar’. É a mesma coisa que uma criança com medo, você conversa com ela para acalmá-la”.

Escrito por Isabela Guimarães

Sufrágio Feminino


Abigail Adams, a primeira sufragista americana

Há muito tempo, as mulheres lutam pelo sufrágio feminino, ou seja, o direito a voto. No século XVIII, Abigail Adams foi um dos pontos de partida para uma luta que resultou nessa esperada conquista. Abigail nasceu em 11 de setembro de 1744, em Massachusetts, Estados Unidos. Foi casada com o segundo presidente do país, John Adams e é considerada a primeira sufragista americana. Ela acompanhou a Guerra de Independência Americana, já que seu marido foi um dos líderes da revolta contra os ingleses. Em 1776, Abigail mandou uma carta a John enquanto ele ajudava a escrever a nova Constituição:
“Lembre-se das Senhoras e seja mais generoso e favorável para com elas do que os que o antecederam. Não coloque um poder tão ilimitado nas mãos dos maridos. Lembre-se que todos os homens serão tiranos se puderem. Se não for dada uma atenção e cuidado particulares às senhoras, estamos determinadas a fomentar uma rebelião e não nos sentiremos limitadas por quaisquer leis para a feitura das quais não fomos ouvidas ou representadas.”
Apesar de sua corajosa tentativa, ela não foi atendida. Entretanto, sua atitude fez com que as mulheres começassem a pensar no movimento sufragista que ainda era sufocado pelo sexo masculino.              
Em 1840, o Congresso Mundial Antiescravidão reuniu líderes políticos de todo o mundo, porém as mulheres foram proibidas de participar. Dentre elas, estava a escritora feminista Elizabeth Cady Stanton (1815-1902) que pregava a igualdade da mulher no direito a voto. Além de ser uma das fundadoras da National Woman Suffrage Association; em uma tradução livre: ‘Associação Nacional do Sufrágio Feminino’. Revoltada com essa situação, começou a liderar movimentos que chamavam a atenção da população, como a famosa Convenção de Seneca Falls . (Movimento dos Direitos das Mulheres). A Declaração de Sêneca Falls, que ocorreu nos dias 19 e 20 de Julho de 1848, foi a primeira convenção nos Estados Unidos que lutou pelos direitos da mulher. Esse movimento é considerado o marco inicial da luta pelo voto feminino nos Estados Unidos.  
Passeata pelo voto feminino em Nova York, 1912
Em uma entrevista concedida em 2003 logo após lançar um livro sobre o assunto, a jornalista americana Eleanor Clift conta: “Mulheres foram agredidas nas ruas com frutas podres e insultadas pela imprensa”. 
Passeatas e manifestações à parte, a grande feminista Susan Anthony (amiga e companheira de Elizabeth) escrevia a maioria das reivindicações e propostas da Associação Nacional de Sufrágio. Ela morreu em Nova York em 13 de março de 1906, sem ver a adoção do sufrágio feminino, assim como Elizabeth.   
Depois de muita luta, apenas em 1920 a 19ª emenda da Constituição proibiu a discriminação política com base no sexo, quando Jeannette Rankin foi eleita a primeira mulher para o Congresso. Assim, foi aprovada a proposta do voto para todas as americanas.



Formada em 1890, a National Woman Suffrage Association foi o resultado de uma fusão entre duas facções rivais - o Nacional da Mulher Sufrágio (Associação NWSA) e da American Association Mulher Sufrágio (AWSA). Esses grupos de oposição foram organizados nas décadas de 1860, em parte como resultado de um desacordo sobre estratégia. Combinado ambas as técnicas, garantiu a passagem da Emenda XIX, em 1920, através de uma série de campanhas bem orquestradas de estado. Com objetivo principal NAWSA de emancipação das mulheres agora uma realidade, a organização foi transformada na Liga das Mulheres Eleitoras.



A Convenção de Seneca Falls foi organizada por Lucretia Mott e Elizabeth Cady, que lutavam pelos Direitos das Mulheres, principalmente na área política onde as mulheres não eram vistas, nem ouvidas, e as mulheres começaram a desejar mais do que ser apenas uma dona de casa.
O primeiro país que adotou o sufrágio feminino foi a Nova Zelândia, em 1893, graças à líder feminista Kate Sheppard.Vele ressaltar que em alguns países como o
Kuwait, Arábia Saudita, Qatar, Oman e os Emirados Árabes Unidos, as mulheres ainda não têm direito ao voto.




Escrito por Isabela Guimarães